"Redescobrir" é primeira faixa lançada, com participação de Zé Renato e capa de Jean Wyllys. Nos dias 28 e 29, Bruna também faz lives com participação de grandes artistas
Bruna Caram é cantora, compositora, preparadora vocal, empresária, fundadora da Cor e Voz, e ativista no combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes pela campanha Ninguém Mexe Comigo, para a qual compõe canções de conscientização.
Desde 2019, quando lançou seu quinto disco, “Alívio”, a cantora vem falando da arte como ferramenta de cura, luta e união. Agora ela aposta novamente em cantar por união e consciência no seu novo álbum, não à toa chamado “Afeto e Luta – Bruna Caram canta Gonzaguinha”.
No dia 29 de abril, a data em que faz 30 anos da morte do compositor, a artista põe no mundo sua versão da faixa “Redescobrir”, o clássico “como se for a brincadeira de roda”, com a participação impecável de Zé Renato, do grupo Boca Livre.
Bruna também faz pelo Instagram, grandes lives, nos dias 28 e 29 de abril às 20h. Importantes nomes participarão, como: Zé Renato, Jean Wyllys, Roberta Sá, Luciana Mello, Diego Moraes, Zeca Baleiro, Chambinho do Acordeon, Gabriel Leone, entre outros.
A canção de estreia do projeto, o single de Redescobrir, traz na interpretação da cantora o tom político e a leveza da criança, enquanto o arranjo transforma a canção num ijexá, já que a intérprete visitará diferentes ritmos brasileiros no álbum e está estudando danças brasileiras para o show.
“O que mais amo na obra de Gonzaguinha é que sua indignação soa cheia de alegria. Na obra dele, a luta por dignidade humana soa como a única luta possível, com espontaneidade e verdade. É um prazer cantá-lo em tempos de intolerância. Gonzaguinha nos faz redescobrir a esperança”, comenta a artista.
A arte de capa é assinada por Jean Wyllys (ex-deputado federal e professor, personalidade reconhecida internacionalmente pela sua luta pela diversidade), e mostra Bruna sorrindo levemente junto a uma personalidade de gênero indefinido, negra. A personagem é colorida, Bruna está por colorir, mas seus adereços têm tons fortes. Sobre a arte, Jean completa:
“A canção é um ijexá-ciranda, alegre e colorido como um afoxé carnavalesco de pessoas trabalhadoras no intervalo da luta. Como ‘tudo principia na própria pessoa’, trecho da letra, eu parti, na arte, de Bruna: sua representação numa mulher que se colore a partir dos acessórios, dos adornos de festa, ao lado de pessoa negra que é a retomada de um ícone da trabalhadora feminista dos anos 50; elas estão brincando, encostadas no suor dos corpos, no calor da vida. Como a música faz referência à memória, eu usei a técnica do desenho em carvão vegetal, apagando e refazendo o desenho para deixar os traços da construção, como no caso da memória individual e coletiva; o carvão é o mais antigo instrumento usado para desenho; é carbono do qual também somos feitos; e, para colorir os pontos da redescoberta, usei pastéis seco e oleoso. Essa é a minha leitura visual da interpretação de Bruna e Zé Renato para uma canção de Gonzaguinha que fala basicamente de luta e afeto. Amei fazer."
Zé Renato diz: “A primeira vez que ouvi Redescobrir foi no show Saudades do Brasil, da Elis Regina, e era um momento extremamente emocionante do show. Aquilo me marcou. E embora eu ame Gonzaguinha há tanto tempo, nunca havia gravado uma composição dele. Foi uma oportunidade muito bonita que Bruna me deu.”
O disco “Afeto e Luta – Bruna Caram canta Gonzaguinha” está prometido para o final de 2021, e o mote surgiu ao final 2020 através de uma live disponível no Youtube, com roteiro e pesquisa de repertório de Jean Wyllys, produção musical de Norberto Vinhas (que assina a produção do novo álbum) e direção de interpretação de Cris Ferri.