O elogiado musical infantil ‘Gabriel só quer ser ele mesmo’, que conta a história de um menino que ama dançar, faz temporada popular no Teatro Glauce Rocha, no Centro, a partir de 8 de abril
Com texto de Renata Mizrahi, direção de Renata e Priscila Vidca e direção musical de Marcelo Rezende, o espetáculo conta a história de um menino de 8 anos, vivido por Vinicius Teixeira, que ama dançar e defende isso dentro da sua escola
Gabriel é um menino de 8 anos que gosta de dançar, ao mesmo tempo em que joga futebol e toca rock. Mas na escola onde estuda, não querem que ele faça aula de dança só porque é menino. Será que o garoto vai desistir de fazer o que gosta? Com texto da premiada Renata Mizrahi, conhecida por suas peças infantis de qualidade e conteúdo, direção de Renata e Priscila Vidca e direção musical de Marcelo Rezende, o musical infantil “Gabriel só quer ser ele mesmo” chega ao Centro do Rio, dia 8 de abril, depois de temporadas de sucesso na Zona Norte e na Zona Sul. Serão oito apresentações no Teatro Glauce Rocha, aos sábados e domingos, às 16h, com os ingressos a R$ 20 e R$ 10.
As músicas originais, criadas por Renata e Marcelo Rezende, são interpretadas pelo elenco que, além de cantar, toca instrumentos como violão, pandeiro, kazoo, escaleta, tambor grave, castanhola, agogô de côco, chocalho pequeno, ukulele e triângulo. Em cena, estão Vinicius Teixeira, Flora Menezes, Paulo Ney, Marcos França, Nathália Colón e Clara Santhana/Paula Cavalcanti, que vivem diferentes personagens.
A peça leva à cena uma história que, com leveza e humor, questiona as diferenças na educação de meninos e meninas e as expectativas de pais e professores em relação às crianças. O musical, que já está há três anos em cartaz, sempre com sucesso de público, marca a primeira parceria de Renata Mizrahi com o produtor Bruno Mariozz, que, há oito anos, desenvolve um importante trabalho teatral voltado para o diálogo entre adultos e crianças, com temas profundos e sem subestimar a lógica infantil.
A trama tem início no aniversário de 9 anos de Gabriel (Vinicius Teixeira), quando o garoto expõe o medo de que ninguém apareça na sua festa devido aos inúmeros questionamentos feitos durante o ano na escola. A história, então, é contada em flashback, mostrando momentos em que tentaram impor a ele comportamentos baseados em estereótipos de gênero.
A ideia surgiu depois que Renata assistiu ao documentário americano “The Mask You Live In”. Segundo o filme, desde a infância os garotos começam a brigar se alguém lhes diz “Quem aqui é a mulherzinha?”, demonstrando como o não reconhecimento da sua masculinidade parece torná-los fracos e “menininhas”. Ser “menininha” é considerado insulto. “Isso tem início nos primeiros anos e se arrasta por toda a vida”, lamenta a autora. “A hipermasculinização e hiperfeminilização se impõem às crianças desde o começo da vida. Até os brinquedos que são destinados para um ou para o outro são reflexos de uma tentativa de simplificar o mundo baseado em estereótipos de gênero, cuja origem não passa de mera construção social. Com este espetáculo, quero provocar a reflexão sobre educação infantil, sobre o quanto deixamos as crianças serem quem são, ou se estamos oprimindo a partir de uma conduta social automatizada”, completa.
O cenário de Mina Quental foi idealizado em cima cubos coloridos e de acessórios que simbolizam as mudanças de ambientes como o apartamento de Gabriel, a sala de aula e o pátio da escola. Também fazem parte da equipe criativa Ana Luzia Molinari (iluminação) e Flávio Souza (figurino).
Fotos: Dalton Valério