As canções do EP são um aperitivo do novo DVD do cantor, que será gravado em junho
Aos 22 anos, Felipe Araújo ocupa um lugar privilegiado no novo panorama da música sertaneja, a atual (e mais que bem-sucedida) linha de frente do pop nacional. Nascido em Goiânia, o rapaz cresceu ouvindo ídolos como Zezé di Camargo & Luciano, Bruno & Marrone e Jorge & Mateus. Mas o ritmo que domina a região não foi o único que alimentou sua formação musical. Nomes como Coldplay, Guns N' Roses e o saudoso Michael Jackson também faziam sua cabeça. Tantas influências moldaram sua personalidade artística, mostrando como é o ídolo sertanejo de hoje: um cara com uma antena nas raízes e outra no mundo. E isso pode ser conferido no EP “Esquenta do Felipe Araújo” que ele acaba de lançar em todas as plataformas digitais, como um aperitivo para o DVD que será gravado em junho, no Youtube Space, no Rio de Janeiro. Ouça ou baixe aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/FelipeAraujoAindaSouTaoSeuPR.
Uma das melhores interpretações do novo trabalho, “Ainda Sou Tão Seu”, próximo single e uma das três inéditas do EP, Felipe é mais que direto: "Adivinha quem ainda não te esqueceu? / Nem meu coração nem eu". A canção ainda vai ganhar um vídeo. Em "Para de Graça", outra inédita, Felipe pergunta: "Oi, tá tudo bem aí? E o seu coração, como é que tá sem mim?". Com um arranjo que mistura o balanço da sanfona com toques eletrônicos, o cantor manda um papo reto: "Por que você tá assim, respondendo com risadinha? / Deve ser a saudade que tá fazendo cosquinha". A voz forte já revela a maturidade do artista. "A música é uma constante renovação", frisa Felipe, que transpôs para a letra o universo das mensagens de whatsapp: "Pra cada KKK, cada K é uma lágrima / Pra cada 'eu tô bem', cada bem é uma suspirada / Se gosta de mim / Para de graça".
Felipe é realmente um rei da era das redes sociais. No Instagram, são mais de 2,5 milhões de seguidores. No Spotify, já emplacou três músicas no top 200. Em seu canal do YouTube, conta com 1 milhão e 700 mil inscritos. Os vídeos hospedados na página somam impressionantes 511 milhões - isso mesmo - de visualizações. Desses, 219 milhões são da faixa "A Mala é Falsa", um grande sucesso de sua carreira, lançado em agosto de 2016 e revivido agora no EP.
Com pitadas eletrônicas, ela fala daquele amor que, como tantos, parece ter perdido o fôlego (ao contrário da música, que continua fazendo sucesso): "Arrumei minha mala e tô caindo fora / Você não percebeu, mas esfriou / Caiu na rotina, você descuidou / Eu só queria um pouco de carinho". Mas tudo não passa de um alerta: "Fica tranquila, amor, eu tô fingindo". E vem o refrão-chiclete, pronto para ser repetido por multidões: "A mala é falsa, amor / Engole o choro, embora eu não vou / E agora vê se aprende a dar valor / Mata minha sede de fazer amor". A lição está mais do que dada.
Cantando quase "ao pé do ouvido", Felipe mostra a sua versatilidade como intérprete em "Esquema que fala, né?", outra inédita do EP. Mais um daqueles tiros certeiros, a música diz: "Só eu que te ligo pra gente ficar / Você só me atende quando quer me usar / A minha vontade precisa da sua / Vai entender seu jeito de lua / No fundo, eu sei que a culpa não é sua". Atualíssima, a letra fala das novas formas de relacionamento: "É esquema que fala ,né? / Assume que é só isso que cê quer / Fazer amor, depois é cada um pro seus 'rolé' / Se for pr'eu me adaptar, então já é / Confirma aí se hoje tá de pé". Mais uma vez, a linguagem das mensagens eletrônicas ganha toques de poesia.
Cheio de amor para dar, o cantor avisa em "Chave Cópia": "Não adianta nem tentar, não vai ter volta / Mas você sabe onde eu moro / Eu sei que você tem a chave cópia / E vai querer entrar / E vai querer ficar / Vê se para com esse vai e volta". Já em "Amor da Sua Cama" - que, ao lado de "A Mala é Falsa, figura no Top 50 do Spotify -, ele revela: “Tudo bem, se é pra você me usar, o que é que tem”? / Tanto faz se você não me ama / Posso não ser o amor da sua vida / Mas eu sou o amor da sua cama".
Entre as sete músicas do EP, Felipe buscou no baú das lembranças uma pra lá de especial, "Indiferença", lançada em 1996, quando o artista tinha apenas um ano. Na regravação do clássico do repertório de Zezé di Camargo & Luciano, em que divide o microfone com o pai, seu João, Felipe Araújo entoa o (doído) refrão: "É a sua indiferença que me mata, que me mata, que me mata (...)". Mas tenha calma, Felipe! Indiferença em relação a você, hoje em dia, só mesmo se for em letra de música.