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Friday, 05 Jul 2019 12:05 pm
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O Espaço das Américas recebe na sexta-feira, 23 de agosto, Marcelo Falcão e seu primeiro álbum solo e turnê “Viver”.


Foto: Rodolfo Magalhães

Como costumam brincar os fãs de reggae, “coloca o capacete aí, que lá vem pedrada”. O termo é usado para descrever as mais empolgantes gravações do ritmo jamaicano e de outros gêneros musicais a ele relacionados (dub, ragga, rocksteady, ska etc.). E pedrada é o que não falta no primeiro álbum solo de Marcelo Falcão, que por 25 anos colocou voz, carisma, melodias marcantes e uma entrega imensa nos palcos a serviço de um grupo que pode ser incluído sem favor algum entre os três mais importantes do país de 1990 para cá.

Sua aguardada estreia individual trilha, a partir da indissociável trajetória à frente do Rappa, rotas por roots, rock, reggae, pop, hip hop, mar e ar, em receitas e vibes pessoais e intransferíveis. O legendário maestro e arranjador Arthur Verocai (Jorge Ben, Marcos Valle, Gal), que contribui com belíssima orquestração na épica faixa “Eu quero ver o mar”, sintetizou bem na observação que fez para Falcão: “Você fala as coisas sérias sem rancor”.

Marcelo Falcão avisa que está botando o bloco “na humildade”, usando a voz para “falar coisas direto do coração”, seguindo caminhos que foram se apresentando naturalmente ao longo dos últimos anos. “A grandiosidade eu deixo para o que fizemos no Rappa”, pontua.

Mesmo envolvido com a turnê de despedida do grupo, ele foi acumulando ideias e esboços de canções em cerca de 650 arquivos de gravação, cuidadosamente organizados por seu irmão, Vinicius Falcão. A escolha do parceiro para produtor do disco saiu a partir de décadas de afinidade. Mas foi definida por um encontro casual no Baixo Gávea, no Rio de Janeiro, com Felipe Rodarte, que comanda, junto com Constança Scofield, o estúdio Toca do Bandido, fundado por Tom Capone (1966-2004) de histórica importância para o Rappa e para o pop/rock nacional. “Sou timidão, mas quando os vi, pensei: ‘Ih, tá resolvido!’”, explica o cantor.

Falcão botou em prática muito do que aprendeu nos anos de janela, ralando e criando em estúdio com feras como Liminha, Bill Laswell, Dennis Bovell, como o uso sagaz de microfones diversos em uma mesma faixa. E também botou as manguinhas de fora tocando sintetizador, synth de baixo, violão, caixa de fósforo e a clássica “guitarra pica-pau” do reggae.

Doze das 13 faixas levam a assinatura de Marcelo Falcão. A quarta, “Mais leve que o ar”, em parceria com o mestre pernambucano Lula Queiroga, tem scratches, concisão e grande apelo pop. “Ele escaneou minha alma”, elogia Falcão.

Serviço – Marcelo Falcão | Espaço das Américas

Show: Marcelo Falcão no Espaço das Américas
Data: 23 de agosto de 2019 (sexta-feira)
Abertura da casa: 21h
Início do show: 23h
Censura: 18 anos
Local: Espaço das Américas (Rua Tagipuru, 795 - Barra Funda - São Paulo - SP)
Ingressos: PISTA 1º LOTE: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia).

Foto Capa: Rodolfo Magalhães