Rag'n'Bone Man é o nome artístico de Rory Charles Graham, cantor inglês que aos poucos ocupa seu espaço no reino pop de Adele e Ed Sheeran. Mas para muita gente ele ainda é "aquele cara da voz grossa que canta 'Human'". Se você é desses, aqui vai uma lista de informações básicas para aumentar o repertório sobre o cantor:

• Seu disco de estreia, "Human", vendeu 2,1 milhões de cópias
• Lançado em fevereiro, o álbum teve a mais bem-sucedida estreia de um artista masculino da década no Reino Unido, ultrapassando Sheeran e Sam Smith
• A música-título, seu maior hit, ganhou uma ajudinha no Brasil ao entrar na trilha de "Pega pega" (Globo). No YouTube, o clipe tem mais de 380 milhões de visualizações
• Sua segunda música mais famosa é "Skin", sobre um "quase amor"
• No Brit Awards deste ano, ele venceu nas categorias Revelação e Critics' Choice Award

O músico de 32 anos lida com parcimônia com a expectativa de que, no futuro, se tornará tão grande quanto seus conterrâneos popstars. Ele diz ao G1:

"As pessoas comparam bastante [sua música com a de Adele ou Sheeran]. É uma honra, mas não sei se estou no mesmo patamar."

O jeito tranquilão em nada combina com as letras de versos dramáticos sobre corações partidos e reflexões pesadas de Rag'n'Bone. Ele, aliás, não poderia estar num momento melhor: acabou de ser pai pela primeira vez - "a melhor coisa que aconteceu na minha vida", define.

O cantor namora há oito anos a mesma mulher, Beth Rouy. De onde vem, então, a inspiração para falar sobre relacionamentos problemáticos? "Tenho muita facilidade para cavar isso na minha memória. Fui muito feliz nos últimos oito anos. Antes não era sempre bom", lembra.

O cantor britânico Rory Charles Graham, conhecido como Rag'n'Bone Man (Foto: Divulgação)

'Egomaníaco'

"Human", que saiu em julho do ano passado, tem pegada soul e fala sobre aquele tipo de gente que vive reclamando da vida. "É uma visão sobre como você não precisa reclamar tanto porque há tanta coisa pior no mundo, e somos sortudos."

Mas ele mesmo se dá o direito de reclamar, às vezes. Donald Trump é um dos principais motivos. Em setembro, durante um festival na Inglaterra, ele dedicou sua música "Ego" ao presidente americano. Para o cantor, o republicano é "claramente um egomaníaco".

"Trump obviamente se preocupa demais com o que pensam sobre ele. Um presidente não pode ficar no Twitter discutindo com as pessoas. Isso é a coisa mais ridícula de que já ouvi falar."

Em um momento conturbado no mundo, o músico espera que seu repertório sirva como "terapia" para algumas pessoas, do mesmo modo que canções de seus ídolos funcionam para ele.

Rag'n'Bone, cujo apelido é inspirado na sitcom dos anos 1960 "Steptoe and Son", nasceu em East Sussex, no sul da Inglaterra. Ele se apaixonou por música na adolescência, ao conhecer artistas de hip hop como Pharoahe Monch, a dupla Outkast e o grupo De La Soul.

Mais tarde, começou a escrever suas próprias canções, lançou trabalhos independentes até assinar, em 2013, com a Warner Chappell, editora que também administra músicas de nomes como Beyoncé, Led Zeppelin e Kendrick Lamar.

Agora, planeja voltar às influências que deram origem à sua carreira com um álbum colaborativo, guiado por "outsiders" do rap. E também vir ao Brasil - ele nunca esteve por aqui. Quem sabe, no ano que vem.